As mulheres podiam pintar, escrever e mesmo fotografar e, por vezes, até eram encorajadas nesse sentido, quando pertencentes a um meio social onde havia tempo e dinheiro para o lazer. Mas deviam fazê-lo no interior desse espaço doméstico e familiar, onde não havia transações comerciais, exposição e reconhecimento público ou o escrutínio da crítica especializada.
A profissionalização e o prestígio tendiam a ser sinónimo de masculino; o amadorismo, sem pretensões à afirmação do nome no campo artístico ou literário, e a domesticidade lúdica confundia-se com o feminismo.
Filipa Lowndes Vicente, A Fotografia como autobiografia: Helena Corrêa de Barros, mulher-fotógrafa.
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Uma pequena seleção de fotografias da exposição (legendas no fim do post) que está no Arquivo Fotográfico de Lisboa, de Helena Corrêa de Barros (1910-2000). Uma parte da exposição reúne fotografias a cores, a partir de diapositivos
Kodachrome onde podemos ver momentos das suas viagens e vida pessoal. A outra parte que se encontra no 1º andar, reúne fotografias a preto e branco, como a própria fotógrafa dizia — momentos únicos e raros que aparecem por sorte.
Ficará patente até 23 de fevereiro de 2019, a entrada é livre.
Arquivo Municipal de Lisboa / Fotográfico — Rua da Palma, 246.
1 Viagem a Angola a caminho de Porto Alexandre Velvitchi (1950) | 2 Viagem aos Açores. São Miguel na Piscina dos Botelhos (1969) | 3 Cruzeiro às Canárias, Madeira (1962) | 4 Cruzeiro do Sul (1965)-08-14 | 5 Chegada do Presidente (Presidente Américo Tomáz, 1963) | 6 Raparigas (década de 1950) | 7 Armadilhas de pesca (década de 1950)