



Sempre que pego nestas pegas de cozinha feitas pela minha avó paterna, dá-me arrepios pela perfeição de um trabalho tão simples. O mais importante em qualquer trabalho artesanal.
Tenho outros guardados, que não são pegas, ainda mais perfeitos e complexos, que de tão velhos convém não mexer muito. Quando chegaram a mim (fui uma sortuda, mas fazia todo o sentido) mandei-os limpar, estavam a desfazer-se e alguns impossíveis de salvar. Hoje tenho pena de naquela idade não ter tido o interesse de ter aprendido outros pontos com ela, é que não gosto muito de me seguir pelos livros, mas hoje só assim. Com a minha avó Leonilda aprendi a fazer croché, estava perto do último ano da escola primária e a certa altura comecei a passar as tardes com ela, antes disso as tardes eram passadas com outra avó costureira (Idalina, que acabou por ser o nome de um pequeno projecto da minha irmã), fazia roupa para as netas, cortinados, fatos de carnaval por encomenda, bonecas de pano que estas me fazem lembrar.
Geralmente ajudava a fazer só as pegas e bolsas para sacos de água quente. Iniciava o trabalho e quando se aproximava do fim passava-o à minha avó que os terminava nos picôs ou cosia o que havia para coser. Nenhuma pega das fotografias teve a minha colaboração.
Cansada das que estão na cozinha, demasiado acolchoadas, vou fazer umas iguais. As lãs do baú já têm destino.
1 comentário:
Também adoro estas pegas. São cada vez mais difíceis de encontrar, com muita pena minha. Que belas recordações :)
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