Reciclo papel desde que andava no ciclo preparatório (um livro sobre o tema caiu-me nas mãos e aderi à reciclagem), ainda não existiam os ecopontos em Portugal, apenas alguns vidrões e não ficavam em caminho de onde vivia, nem perto! Entregava todo o papel, no centro de recolha selectiva de lixo em Benfica, os amigos e família achavam-me maluca, mas eu achava que valia a pena.
Cá em casa, continuo a reciclar papel (desde pequenos apontamentos até aos mais volumosos), também algum plástico como os sacos inutilizados, embalagens de iogurtes e garrafas de plástico. As tampas, leva-as a B. para a creche que aderiu ao projecto
Tampinhas, e é um bom começo para as crianças aprenderem que podem reciclar e ajudar.
Geralmente faço compras na praça, onde a fruta e os legumes não vêm embalados (além de poupar no orçamento doméstico) e da pouca carne que comemos compro no talho, além de mais saborosa não vem em contacto com o esferovite (nem faço ideia para onde enviar o esferovite). Tento utilizar sacos de pano e outros com maior durabilidade, e evito trazer muitos sacos do supermercado que nem sequer os utilizamos para o lixo, estão sempre furados.
É o mais comum fazemos na nossa casa e espero que a maior parte das pessoas o faça, mas também fazemos outras coisas mais pequenas que ajudam o ambiente. Utilizamos a maior parte das vezes guardanapos de pano, além de mais confortável, no final das refeições evitamos acumular tanto lixo. Não usamos ambientadores de cheiro porque polui o ar, é tóxico e pode muito bem ser substituído por uma janela aberta ou por um incenso (de origem credível). Não utilizamos pastilhas que se introduzem nas tomadas eléctricas para afastar melgas e mosquitos, polui o ar que respiramos, preferimos a caça às melgas com uma almofada, antes de nos deitarmos. Também não congelo a comida em «saquinhos próprios para congelação», prefiro os «tapperwares» que se reutilizam e duram uma vida inteira.
Para além do papel, vidro e plástico, pouco pessoas falam dos químicos, produtos que usamos todos os dias e podíamos tentar substituí-los por outros com menos aditivos, mais naturais, saudáveis para nós e para o meio ambiente, porque o que não fica no ar vai parar à água, e a água escorre toda para ao mesmo sítio. Produtos como o sabonete, pasta dentífrica e champô.
Mas… nunca poderia falar destes aspectos, sem falar das situações em que tenho plena consciência que prejudico o meio ambiente e assumo os meus actos. Para escrever um
post para promover um futuro mais ecológico tenho de ser completamente honesta. Aqui vai…
Não consigo tomar banho sem ter o chuveiro sempre a correr por cima de mim (podia gastar menos água), mas por outro lado uso sabonetes, é mais saudável para o corpo, têm menos químicos e o invólucro é de papel.
A minha filha usa fraldas descartáveis, não consigo imaginar usar outra coisa e sei que as fraldas são um lixo volumoso, sem tratamento. Não consigo usar lenços de pano para me assoar, só uso de papel. Infelizmente não consigo ler livros quando o papel é demasiado reciclado, amarelo e pouco prensado, porque deita muito pó e custa-me respirar (devido às minhas alergias). Se um livro for impresso em papel reciclado tem de ser bastante liso e claro. Outro aspecto que me tem pesado na consciência ao longo dos anos, é o das tintas que utilizo nos trabalhos de pintura, custa-me vê-las a escorrer pelo ralo abaixo quando lavo os pincéis e as taças de vidro.
Apesar dos meus maus hábitos pouco «verdes» que podiam ser alterados com algum esforço, sei que faço outros para compensar, porque por muito pouco que seja a minha contribuição, é melhor do que nada.
Às gerações mais novas, como a da minha filha, temos tudo nas mãos para lhes transmitirmos bons hábitos ecológicos, se começarmos cedo será mais fácil de manterem esses hábitos em adultos.