Gosto de comprar meadas. Dá mais trabalho mas gosto do ritual de as passar a novelo. Quando há uma ajuda de braços põe-se a conversa em dia, mas quando não há, utilizo a «geringonça» (um dia ela aparece por aqui). Para além das meadas serem mais baratas que os novelos (que também os compro), gosto de combiná-las antes de o serem. Costumo registar algumas uniões de cor com a máquina fotográfica mesmo que nunca venha a fazê-las, assim não me esqueço das várias possibilidades e já tenho utilizado algumas referências aplicadas noutras áreas. É uma espécie de diário gráfico de cor. O computador fica cheio de imagens de meadas, a maior parte não as mostro aqui, mas dou-lhes uma vista de olhos de vez em quando, servem de inspiração.
Sem darmos por isso uma área influencia outra e é muito bom quando vivemos da criatividade (considero-me privilegiada), não fico muito assustada com os bloqueios criativos, é uma fase que ocorre de vez em quando e que para mim é apenas um sinal vermelho para parar, afastar-me, observar melhor, voltar a procurar e pesquisar novamente. O mais importante ficará retido na memória e será o suficiente, é um ponto de partida para evitar fazer igual e chegar a um resultado mais pessoal.
Começo a achar perigoso a nível criativo, as dezenas de livros de padrões gráficos e de «arabescos» (como tenho ouvido chamar, e nem comento…), que trazem imagens em vectorial, algumas sem direitos de autor referidos e que são utilizados vezes sem conta, sem sentido e que fazem tudo ficar igual ao que já existe. Num cartaz de rua, num
flyer, na televisão, num vinil de parede, numa agenda, num caderno, numa mala, numa almofada, etc. Estaremos a passar por um bloqueio criativo generalizado? Mas acho que já está a durar muito tempo.
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Livros pouco comuns:
Um livro de pano
2,
5,
6,
8 e
9.
Um
livro de papel
sobre sombras.