Não escrevo este post por vingança, mas porque sinto que é um dever avisar quem trabalha nesta área, e a quem é solicitado muitas vezes para colaborar com novos projectos de divulgação de autores e à consignação, que devem ficar mais atentos, pois devemos certificar-nos se será uma proposta honesta.
Falo por experiência própria, que pelas solicitações que recebo, concluo que negócios destes nascem neste momento com mais facilidade. Talvez para ajudar a superar uma crise, as pessoas inclinam-se para áreas de trabalho manual e procuram quem as ajude a divulgá-lo. No meio de pessoas sérias surgem alguns oportunistas, que sem qualquer tipo de investimento abrem negócios à custa do suor do trabalho dos outros.
Na minha opinião, trabalhar à consignação só é válido se do outro lado for mantido feedback sobre o nosso trabalho, se quem nos representa acredita nele acima de tudo e inevitavelmente não esquece o pagamento, porque ninguém vive da brisa do vento. Havendo um trabalho válido de divulgação por parte dos lojistas que respeitam o trabalho manual de um criador, penso que se poderá trabalhar muito bem em equipa, de outro modo não vale a pena termos intermediários.
Nos casos em que isso não acontece, devem ser denunciados de modo a serem travados e por isso tomei a decisão que escreveria qualquer coisa sobre isto no blogue. Só me arrependo das noites que dormi pouco ou quase nada, para poder entregar material e ajudar um projecto que vim a descobrir que me iria deixar na mão. Tive pena de não ter comentado isto com a Rita há mais tempo, teria percebido que alguma coisa não estaria a correr bem, mas achei que seria mais correcto resolver o assunto com descrição e que talvez tudo não passasse de um grande mal entendido. Não vale a pena entrar em pormenores, quero apenas com isto alertar, que infelizmente situações deste tipo acontecem e devemos estar atentos sobre a quem confiamos o nosso trabalho.
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Quando tracei alguns objectivos este ano e falei do tal plano em posts anteriores, senti alguma frustração ao rever o que não consegui concretizar, principalmente as peças novas que continuaram na gaveta e não foi por falta de vontade, mas sim, por falta de tempo. Apesar de tudo o plano foi útil, tirei importantes conclusões quanto ao método de trabalho e descobri pelo menos o que não quero, e uma delas levou-me a rever o tal «assunto pendente» que andava esquecido. O plano para o próximo ano tem menos objectivos, mas enquadra-se melhor ao meu tipo de trabalho, produção e à minha maneira de ser.
Ao escrever este post, recordo as minhas conversas com a Margarida ao longo deste último ano. A troca de experiências ajuda a trabalhar e a seleccionar melhor, mas também nos deixam dúvidas para um futuro próximo. Conversas que dariam um belo livro sobre a defesa do nosso trabalho, dormir pouco e trabalhar muito porque gostamos e acreditarmos num trabalho criativo feito à mão, ter outras profissões, dar o nosso melhor tempo à família e a nós próprias. Enfim, conversas que dão pano para mangas!
Hoje parece que «parti a loiça» para começar o ano com loiça nova.
Um Bom Ano para todos!
✽ obrigada às Ritas pelo apoio.