O conteúdo deste
post vem a propósito de
outro muito anterior. Ando a organizar as fotografias, e ao consultar as datas no blogue
achei que faria sentido escrever novamente sobre o tema passado 5 anos. Vou apenas focar-me em alguns pontos, para daqui a mais 5 anos ter as minhas próprias referências.
Cá em casa, continuamos a fazer a separação do
lixo. Continuamos a reciclar papel, tal como fazíamos, talvez até um pouco mais se formos contar com os invólucros de cartão dos iogurtes como exemplo. Infelizmente, a maior parte das marcas impõem-nos isso, e é raro o local em que podemos comprar à unidade.
Costumava ir quase todas as semanas à praça, mas nos últimos anos optei mais pelo comércio local, perco menos tempo (tão útil e não se recicla), e
cheguei à conclusão que comprando diariamente ou semanalmente o que é necessário economiza-se mais, não somos seduzidos por packs que depois passam a validade na despensa e enchem-nos o caixote. Quando digo isto há quem pense que vou todos os dias ao supermercado, mas não vou, compro o que vou precisando na mercearia, no talho, na padaria de bairro, etc. Além de ajudar o comércio tradicional simplifica o meu dia a dia. Tento trazer produtos de origem portuguesa, além de ajudar produtores do meu país, poupa-se no consumo dos transportes e há menos poluição.
Outro dia passei pelo Pingo Doce, e ao procurar fruta nacional apenas encontrei
uma qualidade de maçã, pêras e morangos (?) de origem portuguesa, mas não podia trazer apenas a quantidade que precisava, estavam já embalados em sacos e caixas plásticas. A fruta importada dominava os expositores, deviam era ter vergonha.
Passámos a produzir algumas ervas aromáticas para consumo próprio, quando as comprava, vinham envolvidas em plásticos e apodreciam rapidamente no frigorífico. Cortado na hora, sabe bem melhor!
Utilizamos cada vez menos sacos plásticos,
e continuo a não perceber porque razão não se pagam os sacos, não
era suposto isso ter acontecido durante os últimos anos?
Continuamos a usar os guardanapos de
pano.
Utilizamos panos de cozinha para secar as mãos ou limpar alguma coisa, é raro utilizar o rolo das
toalhas de papel. Continuo a usar os tapperwares para congelar os alimentos ou transportar os lanches, reduzo a necessidade do papel de alumínio e abomino por completo a película aderente.
À medida que nos vamos preocupando com as embalagens dos produtos que compramos, vamos pensando nas soluções que poderiam reduzir o
volume do lixo, e uma delas são as recargas para os champôs. A marca que fizer
isso passará a ter-me como cliente. Já agora, porque razão a pasta dentífrica tem duas embalagens? Só a bisnaga de plástico seria suficiente.
Em algumas noites de verão, infelizmente, começámos a utilizar as «pastilhas azuis»
anti-melgas porque a miúda faz alergia às picadas e tento evitar os
medicamentos. Chegámos a comprar na farmácia dispositivos ecológicos anti-melgas que não resultaram (supostamente durariam para sempre, dizia a publicidade).
Temos
um tarifário bi-horário desde que viemos para a nossa casa e tentamos
nesse período colocar as máquinas da roupa e loiça a funcionar. Espero que não se lembrem de acabar com esta modalidade.
No banho, continuo a não
desligar a água do chuveiro :-( — a minha filha fez isso por iniciativa própria mas eu não consegui seguir-lhe o exemplo – mas recolhemos a água para um
balde antes de chegar a quente (quase 5 litros de cada vez que alguém toma
banho, e somos três!). Aproveitamos para regar as plantas lá fora ou substituir a descarga do autoclismo. Continuamos a usar sabonetes, mais ecológico, mais saudável e menos embalagem. Para mim o «gel duche» é mais negócio da china.
Fora o caso do banho, falho noutra coisa… esqueço-me
muitas vezes das luzes acesas. Preciso de me lembrar mais vezes dos
ursos polares!
Para ilustrar o
post escolhi a gaveta das «montagens grossas» da miúda, desperdícios que apesar de não terem haver uns com os outros, dão resultados
surpreendentes. Cada criança devia ter uma gaveta destas à disposição e não custa nada, acrescentem-lhe apenas uma tesoura e cola. Um modo fácil de os sensibilizar para o aproveitamento de desperdícios. Por experiência própria, posso dizer-vos que resulta, e abre os horizontes da criatividade.
Daqui a 5 anos espero conseguir acrescentar outros bons hábitos. Não precisamos de ser radicais, precisamos apenas de fazer o que está ao nosso alcance na vida diária, irrita-me muito os que ainda não fazem o
mínimo esforço.
Não faço ideia se em 2007 o
Blog Action Day trouxe algo de novo aos hábitos de quem leu os blogues que participaram, pensar em grupo dá-nos a ideia de que a mensagem propaga-se e torna-se mais forte, mas essa mensagem só tem verdadeiramente impacto no mundo se cada um conseguir e tiver realmente vontade de a concretizar individualmente.
E maçar as pessoas de vez em quando, com um
post assim, também não faz mal nenhum :-)