sexta-feira, 19 de outubro de 2012

cinco anos depois

O conteúdo deste post vem a propósito de outro muito anterior. Ando a organizar as fotografias, e ao consultar as datas no blogue achei que faria sentido escrever novamente sobre o tema passado 5 anos. Vou apenas focar-me em alguns pontos, para daqui a mais 5 anos ter as minhas próprias referências.

Cá em casa, continuamos a fazer a separação do lixo. Continuamos a reciclar papel, tal como fazíamos, talvez até um pouco mais se formos contar com os invólucros de cartão dos iogurtes como exemplo. Infelizmente, a maior parte das marcas impõem-nos isso, e é raro o local em que podemos comprar à unidade.

Costumava ir quase todas as semanas à praça, mas nos últimos anos optei mais pelo comércio local, perco menos tempo (tão útil e não se recicla), e cheguei à conclusão que comprando diariamente ou semanalmente o que é necessário economiza-se mais, não somos seduzidos por packs que depois passam a validade na despensa e enchem-nos o caixote. Quando digo isto há quem pense que vou todos os dias ao supermercado, mas não vou, compro o que vou precisando na mercearia, no talho, na padaria de bairro, etc. Além de ajudar o comércio tradicional simplifica o meu dia a dia. Tento trazer produtos de origem portuguesa, além de ajudar produtores do meu país, poupa-se no consumo dos transportes e há menos poluição.
Outro dia passei pelo Pingo Doce, e ao procurar fruta nacional apenas encontrei uma qualidade de maçã, pêras e morangos (?) de origem portuguesa, mas não podia trazer apenas a quantidade que precisava, estavam já embalados em sacos e caixas plásticas. A fruta importada dominava os expositores, deviam era ter vergonha.
Passámos a produzir algumas ervas aromáticas para consumo próprio, quando as comprava, vinham envolvidas em plásticos e apodreciam rapidamente no frigorífico. Cortado na hora, sabe bem melhor!

Utilizamos cada vez menos sacos plásticos, e continuo a não perceber porque razão não se pagam os sacos, não era suposto isso ter acontecido durante os últimos anos?
Continuamos a usar os guardanapos de pano. Utilizamos panos de cozinha para secar as mãos ou limpar alguma coisa, é raro utilizar o rolo das toalhas de papel. Continuo a usar os tapperwares para congelar os alimentos ou transportar os lanches, reduzo a necessidade do papel de alumínio e abomino por completo a película aderente.
À medida que nos vamos preocupando com as embalagens dos produtos que compramos, vamos pensando nas soluções que poderiam reduzir o volume do lixo, e uma delas são as recargas para os champôs. A marca que fizer isso passará a ter-me como cliente. Já agora, porque razão a pasta dentífrica tem duas embalagens? Só a bisnaga de plástico seria suficiente.

Em algumas noites de verão, infelizmente, começámos a utilizar as «pastilhas azuis» anti-melgas porque a miúda faz alergia às picadas e tento evitar os medicamentos. Chegámos a comprar na farmácia dispositivos ecológicos anti-melgas que não resultaram (supostamente durariam para sempre, dizia a publicidade).

Temos um tarifário bi-horário desde que viemos para a nossa casa e tentamos nesse período colocar as máquinas da roupa e loiça a funcionar. Espero que não se lembrem de acabar com esta modalidade.

No banho, continuo a não desligar a água do chuveiro :-( — a minha filha fez isso por iniciativa própria mas eu não consegui seguir-lhe o exemplo – mas recolhemos a água para um balde antes de chegar a quente (quase 5 litros de cada vez que alguém toma banho, e somos três!). Aproveitamos para regar as plantas lá fora ou substituir a descarga do autoclismo. Continuamos a usar sabonetes, mais ecológico, mais saudável e menos embalagem. Para mim o «gel duche» é mais negócio da china.
Fora o caso do banho, falho noutra coisa… esqueço-me muitas vezes das luzes acesas. Preciso de me lembrar mais vezes dos ursos polares!

Durante a vida deste blogue tenho partilhado exemplos de aproveitamento de «lixo», nas embalagens que envio pelo correio, e em brincadeiras com a minha filha.
Para ilustrar o post escolhi a gaveta das «montagens grossas» da miúda, desperdícios que apesar de não terem haver uns com os outros, dão resultados surpreendentes. Cada criança devia ter uma gaveta destas à disposição e não custa nada, acrescentem-lhe apenas uma tesoura e cola. Um modo fácil de os sensibilizar para o aproveitamento de desperdícios. Por experiência própria, posso dizer-vos que resulta, e abre os horizontes da criatividade.

Daqui a 5 anos espero conseguir acrescentar outros bons hábitos. Não precisamos de ser radicais, precisamos apenas de fazer o que está ao nosso alcance na vida diária, irrita-me muito os que ainda não fazem o mínimo esforço.
Não faço ideia se em 2007 o Blog Action Day trouxe algo de novo aos hábitos de quem leu os blogues que participaram, pensar em grupo dá-nos a ideia de que a mensagem propaga-se e torna-se mais forte, mas essa mensagem só tem verdadeiramente impacto no mundo se cada um conseguir e tiver realmente vontade de a concretizar individualmente.

E maçar as pessoas de vez em quando, com um post assim, também não faz mal nenhum :-)

7 comentários:

Unknown disse...

somos parecidas :)

disse...

tão bom saber que não estou sozinha :)
Por coincidência nos últimos cinco anos as alterações que se deram nas nossas rotinas e hábitos são muito similares!!
E ainda há muito que se pode fazer!

Adriana Oliveira disse...

É sempre bom "maçar" as pessoas de vez em quando com este assunto, para relembrar, e é muito inspirador!
E já agora, a Yves Rocher tem um shampô com recargas ecológicas (à base de Hamamelis), o produto é muito bom, não é testado em animais e é proveniente de agricultura biológica sustentável ;)

E parabéns pelo teu excelente trabalho!

Libelinha disse...

Há uns tempos tresplantei os cactos e as suculentas (aquelas que ganhei no teu giveway) e pus-me a pensar... Então eu que nunca tive muito jeito com plantas tenho aqui uma colecção tão grande e saudável porque é que não me aplico a fazer uma pequena horta?!? O atelier é cá em casa e às vezes é preciso espairecer a cabeça porque não meter as mãos na terra? Teria sempre legumes frescos e biológicos. E como uma coisa leva a outra... Pus-me também a pensar na pegada ecológica que deixo no nosso planeta e influenciada também pelo teu ultimo post sobre o assunto, tomei uma atitude! Uma responsabilidade!
Em conversa com ele, decidimos que a construção da horta seria com materiais reciclados, já que temos que vedar parte do quintal por causa das ovelhas do vizinho que pastam no nosso quintal. Fiquei contente de o ver mais entusiasmado que eu e é vê-lo no YouTube a procurar vídeos que nos possam ajudar com o sistema de rega, aproveitando as águas da chuva. E isto é só um pequeno passo.

Comprámos também uma casa para reciclar (como eu digo na brincadeira) e andamos a estudar a melhor maneira de a tornarmos auto-sustentável. O sistema de painéis solares é caro mas pensamos que acabará por compensar. O aproveitamento da água das chuvas para o autocolismo por exemplo. Entre outras coisas... Mas como as obras não serão para já temos tempo para estudar o melhor a fazer.

Desculpa, o comentário já vai longo mas ando entusiasmada com estas novas mudanças ;)

Libelinha disse...

Esqueci-me de comentar que num daqueles vídeos que vimos, encontramos um que era uma armadilha para mosquitos. Apontei os ingredientes (água, açúcar mascavado e fermento de padeiro, uma garrafa pet e uma cartolina ou tecido negro) e estou curiosa para saber se funciona pois eu também me dou mal com os mosquitos. Se funcionar eu digo-te alguma coisa, pois poderá ser uma solução para o teu caso ;)

Vera Espinha disse...

Adriana, obrigada pela sugestão do champô :-)

Vera Espinha disse...

Sara, podes escrever as palavras que quiseres :-D ainda bem que estás entusiasmada e com vontade de tornar a tua casa auto-sustentável, isso já conta muito. Hei-de ir espreitando para ver como está a correr!
Depois conta-me se armadilha dos mosquitos funciona ;-)