Regressei a Barcelona 15 anos depois. Como nessa altura tinha conhecido os «principais pontos de interesse», desta vez não fui com grandes planos, e ainda bem! Atualmente os preços cobrados à entrada para qualquer coisa são exorbitantes, já para não falar das filas. A cidade já tem demasiado turismo para o meu gosto. Até a minha filha reparou que nas poucas lojas que entrámos, os artigos são iguais e apenas lhes mudam o padrão.
A única ambição era voltar à
Sagrada Família e vê-la terminda por dentro. Há 15 anos o interior era uma instalação de andaimes e panos, ficou na memória a subida e a decida pela escadaria em caracol por uma das torres. Nos dias de hoje, a subida às torres faz-se de elevador, mas no regresso dão-nos a oportunidade de descer pela mesma escadaria, e não deixámos de repetir a experiência agora com a miúda. O interior ficou surpreendente. Ao olhar para o teto (1ª foto) senti que estava a olhar para a copa das árvores.
O que me atrai nas construções de Antoni Gaudí é a sua inspiração pela natureza e o modo como a representou nas estruturas que concebeu. Diz-se que nasceu com a saúde frágil, que sofria de reumatismo, e que por esse motivo entrou mais tarde na escola primária. Pelos vistos, esse tempo não foi em vão, os passeios pelo campo que deu com a sua mãe na infância influenciaram-no para o resto da vida.
Fora da igreja podemos visitar a escola que em 2002 foi reconstruída. Foi bom saber que Gaudí teve a preocupação de a construir para os filhos dos trabalhadores que erguiam a sua obra. Tanto as paredes como a cobertura parece que ondula, mas a beleza da pequena escola reside na simplicidade da própria construção.