Levo o conforto de que ali passou anos cheios, que encontrou as pessoas certas e que foi muito mais do que um simples 1º ciclo. Se todas as escolas deveriam ser assim? Não sei. Só sei que deveria existir sempre a possibilidade de escolha e a informação estar mais disponível para todos os pais. Conhecer o que existe é imprescindível para tomarmos as melhores opções para os nossos filhos e aquelas com as quais nos identificamos. Se não nos identificamos não nos envolvemos e não confiamos.
Não somos todos iguais, não temos de aprender todos do mesmo modo e a escola não devia criar futuros adultos só para serem bons alunos a português e a matemática. Podemos vir a ser tanta coisa, temos tantos interesses, e sempre em qualquer idade, mas em criança precisamos que certas coisas cheguem até nós pela mão dos adultos. Quando não acontece, infelizmente, perdemos tanto. Às vezes questiono-me se quem manda no sistema já foi pai ou se foi filho e já não se recorda de nada.
Aqui, encontrei outros pais que procuravam o mesmo que nós. Falar destas questões fora deste contexto nem sempre foi confortável, bastava dizer que não se investia em trabalhos de casa, não utilizava manuais escolares nem tinha notas, que era logo considerado um ensino pouco credível. Confesso que os comentários "sempre gostaste de coisas alternativas“ ou “tinhas que ser diferente”, e até certos olhares, moeram um bocadinho.
Se é um modelo de ensino para todas as crianças? Não sei. Foi para a minha. Se é um modelo de ensino para todos os pais? Tenho a certeza que não.
Agora só queria a continuidade, mas não havendo continuidade não faz sentido prolongar o ensino privado noutra escola só para nos sentirmos mais tranquilos ou termos a vida mais facilitada. O corte vai ser grande em tudo, mas o crescimento também provoca a vontade de mudar e isso, certamente, irá ajudar a fazer a passagem.
Para mim, abriu-se um mundo novo com a entrada de uma filha no ensino oficial.